Flagelos
Em biologia, chamam-se flagelos a apêndices das células vivas, em forma de filamentos, que servem para a sua locomoção (no caso de organismos unicelulares flagelados) ou para promover o movimento da água ou outros fluidos no interior do organismo, quer no processo da alimentação, quer na excreção.
Os diferentes reinos em que se dividem os organismos vivos têm diferentes tipos de flagelos:
O flagelo bacteriano;
O flagelo protista;
O flagelo arqueano; e
O flagelo eucariótico.
Flagelo bacteriano
O flagelo bacteriano é um tubo oco, com 20 na nó metros de espessura, composto pela proteína flagelina, de forma helicoidal com uma dobra à saída da membrana celular chamada "gancho", que faz com que a hélice fique virada para o exterior da célula. Entre o gancho e a estrutura basal existe uma bainha que passa através de anéis de proteína na membrana celular, que funcionam como “rolamentos”. Os organismos gram. - positivos têm 2 anéis, um na parede celular e outro na membrana, enquanto que os gram. - negativos têm 4 anéis, 2 na parede celular e 2 na membrana.
O flagelo bacteriano é activado por um “motor” rotativo composto de proteínas, localizado no ponto da membrana interna onde o flagelo tem a sua origem, e é movido por um fluxo de protões, causado por uma gradiente de concentrações originado pelo metabolismo da célula (nas espécies de Vi brio o motor é uma bomba de sódio). O motor transporta prótons através da membrana, sendo activado nesse processo e é capaz de operar a 6000 a 17.000 RPM, mas, com o filamento normalmente atinge apenas 200 a 1000 RPM
Diferentes espécies de bactérias têm diferentes números e organização dos flagelos:
As bactérias monótricas possuem um único flagelo;
As lofótricas têm múltiplos flagelos localizados num único ponto da superfície da célula e movem-se em sincronia para impelir a bactéria numa determinada direção;
As anfítricas têm um flagelo em cada extremidade da célula, mas apenas um deles opera de cada vez, permitindo à bactéria mudar de direção rapidamente, operando um flagelo e parando o outro;
As perítricas possuem flagelos em toda a superfície da célula.
As espiroquetas possuem ainda flagelos internos entre a membrana interna e a externa, que rodam causando um movimento em forma de parafuso.
O flagelo polar das bactérias monótricas roda geralmente no sentido inverso, empurrando a célula para uma direção, ficando o flagelo para trás, mas periodicamente o sentido da rotação é invertido, causando um "solavanco" que permite a reorientação da célula.
Estrutura do flagelo de uma bactéria gram-negativa.
Os diferentes esquemas de
organizações dos flagelos nas bactérias: A-Monótricas; B-Lofótricas; C-Anfítricas; D - Perítricas.
Flagelo arqueano
O flagelo arqueano
é um organelo dos procariontes exclusivo dos Archaea superficialmente
semelhante ao flagelo bacteriano, uma vez que ambos consistem em filamentos de
flagelinas originados na membrana
celular que
rodam para movimentar a célula. No entanto, há diferenças fundamentais entre o
flagelo arqueano e o flagelo bacteriano:
§
O flagelo bacteriano é impulsionado por um fluxo de íons H+ (ou Na+),
enquanto que o arqueano é impulsionado por ATP (a energia química das células vivas);
§
Enquanto que os flagelos bacterianos rodam
independentemente uns dos outros, os flagelos arqueanos são compostos de feixes
de filamentos que rodam como uma unidade;
§
Os flagelos bacterianos crescem pela adição de
unidades de flagelinas na extremidade, quando que os arqueanos crescem pela
addição daquelas unidades na base; isto provém do facto dos flagelos
bacterianos serem mais espessos que os arqueanos e terem um "tubo"
por onde as unidades de flagelina podem chegar à extremidade, enquanto que o
flagelo arqueano é demasiado estreito para permitir esta “migração.
Estas diferenças
parecem indicar que os flagelos bacterianos e arqueanos são um caso de analogia
biológica ou evolução convergente e não de homologia.
Flagelo
Eucariótico
O flagelo eucariótico , também
chamado cílio ou ondulipódio ("pé
ondulante") é completamente diferente do flagelo das bactérias, tanto em
estrutura como em origem evolucionária. Mas a
função é a mesma: criar movimento, quer da célula em si (nos organismos unicelulares), quer do
fluido envolvente.
É formado
por um conjunto de nove pares de micro túbulos que
rodeiam dois outros micro túbulos, o anônima. Na base do
flagelo, por dentro da membrana celular, existe um corpo basal ou cinetossoma, com cerca
de 500 nanômetros de
comprimento. O movimento do flagelo é provocado por energia química, na forma
de ATP, que a
célula transmite à proteína dineína, que liga os
micros túbulos, fazendo-os deslizar uns contra os outros.
Algumas
células têm flagelos, geralmente mais pequenos, organizados em filas compactas
chamadas ciências, que são os verdadeiros cílios e que normalmente se
movem em sincronia.
Cílios
Em citologia, cílios são apêndices das células eucarióticas com movimento constante numa
única direção. Este nome provém do latim, com o significado de pestana, pela sua similaridade aparente.
Os cílios
são estruturalmente idênticos aos flagelos e, por essa
razão, estes termos são muitas vezes usados para as mesmas estruturas. No
entanto, geralmente usa-se o termo cílios nos casos em que eles são numerosos e
curtos.
Os cílios
encontram-se em todas as espécies de animais excepto nos artrópodes e nemátodes. São raros
nas plantas, mas
ocorrem, por exemplo, nas cicadáceas. Os protozoários com cílios
(por exemplo, do filo Ciliophora ou ciliados) usam-nos
na locomoção ou
simplesmente para moverem o líquido em que se encontram.
O ser humano e os outros mamíferos têm células ciliadas
no revestimento interno da traquéia e brônquios, que servem
para reter muco e poeira que poderiam prejudicar os pulmões, e também
nos ovidutos, onde eles
ajudam o óvulo a mover-se
do ovário para o útero.
Cada cílio é
formado por uma membrana que protege
uma matriz de
nove micro túbulos que
rodeia um núcleo central de dois micros túbulos. Normalmente chama-se a este
tipo de organização uma estrutura 9
+ 2.
Retículo
endoplasmático
O retículo endoplasmático é uma organela exclusiva de células eucariontes.
Formado a partir da invaginação da membrana plasmática, é constituído por uma rede de túbulos e vesículas
achatadas e interconectadas, que se comunica com o envoltório nuclear (carioteca).
Foi descoberto em 1945 pelo
citologista belga Albert Claude.
O retículo
endoplasmático está envolvido na síntese de proteínas e lipídios, na
desintoxicação celular e no transporte intracelular. Existem dois tipos de
retículos, classificados de acordo com a presença ou ausência de ribossomo sem sua superfície: rugoso ou liso,
respectivamente.
Retículo
endoplasmático rugoso
O retículo endoplasmático rugoso (RER), também chamado retículo endoplasmático granuloso ou ergastoplasma (do grego ergozomai, que significa "elaborar",
"sintetizar"), é formado por sistemas de vesículas achatadas com ribossomos aderidos à
membrana, o que lhe confere aspecto granular.
Participa da
síntese de proteínas, que serão
enviadas para o exterior das células. Esse tipo
de retículo é muito desenvolvido em células com função secretora. É o caso, por
exemplo, das células do pâncreas, que
secretam enzimas digestivas,
e também o caso das células caliciformes da
parede do intestino, que
secretam muco, e as células secretoras tipo II, nos alvéolos pulmonares,que produzem lipoproteína
surfactante .
A
microscopia eletrônica revelou a presença, no interior do citoplasma, de um
retículo de membranas lipoprotéicas que foi denominado retículo endoplasmático
(RE). Conforme a posição das membranas, podemos distinguir a existência de
túbulos e sáculos ou vesículas achatadas. O retículo endoplasmático rugoso
apresenta as seguintes funções: aumenta a superfície interna da célula, o que
amplia o campo de atividade das enzimas, facilitando a ocorrência de reações
químicas necessárias ao metabolismo celular, síntese de proteínas (sua
principal função) e armazenamento.
Graças aos
ribossomos aderidos as suas membranas, o reticulo endoplasmático rugoso atua na
produção de certas proteínas celulares, como o colágeno que é uma proteína
produzida pelo RER do fibroblasto.
Retículo
endoplasmático liso
O retículo endoplasmático liso (REL), também chamado retículo endoplasmático agranular,
é formado por sistemas de túbulos cilíndricos e sem ribossomos aderidos à
membrana.
Participa
principalmente da síntese de esteróides, fosfolipídios e
outros lipídeos. O REL tem,
como uma de suas principais funções, a desintoxicação do organismo, atuando na
degradação do etanol ingerido
em bebidas alcoólicas, assim como a degradação de medicamentos ingeridos pelo
organismo como antibióticos e barbitúricos (substâncias anestésicas). Esse tipo
de retículo é abundante principalmente em células do fígado, das gônadas e pâncreas.
O retículo
endoplasmático liso é composto por uma rede tridimensional de túbulos e
cisternas interconectados, que vai desde a membrana nuclear (a cisterna do RE é
contínua com a cisterna perinuclear) até a membrana plasmática.
A ligação de
polirribossomas à superfície citosólica do RER é feita através de proteínas
integrais: Docking protein (partícula receptora de reconhecimento de sinal)
Riboforinas I e II (proteínas receptoras do ribossomo) Proteína do Poro
A presença
de polirribossomas no RER possibilita sua função: síntese de proteínas. Por
isto ele e tão desenvolvido em células com intensa síntese protéica, destinada
à exportação ou a organelas com membrana. Além disso, o RER também participa de
modificações pós-traducionais protéicas:
sulfatação , pregue amento e glicosilação
Esquema mostrando o retículo endoplasmático, um dos componentes de uma célula animal comum (organelas):
(1) nucléolo
(2) núcleo
(3) ribossomos (pontos pequenos)
(4) vesícula
(5) retículo endoplasmático rugoso
(6) complexo de golpe
(7) Citoesqueleto
(8) retículo endoplasmático liso
(9) mitocôndria
(10) vacúolo
(11) citoplasma
(12) lisossomo
(13) centríolos dentro do centros soma.
Alunas : Andressa , elita e Luana .
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